Em dias como hoje sinto falta de compartilhar a toalha pra deitar na grama, o banco em frente à lagoa, a janta, as ideias, os pensamentos...
Falta de deitar no teu braço, do teu abraço. Falta de que entendas. Falta da tua voz, do acento. Falta de tudo.
Não é tristeza, não é pesar. É só...falta!
sábado, 22 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
NARCISISMO –II – O mal estar de uma época
O narcisista não tem nada em si que o faça pensar em si mesmo como aceitável pelo grupo social. Ele não existe, apenas vê o reflexo. E os “outros” são o espelho para ele. Se não é notado quando passa, deixa de existir, e em deixando de existir está morto. É assim que se sente, mas atribui o abandono aos outros. Por não ter nada dentro, é incapaz de criar. Só pode repassar, só reflete.
Para outros nem chega a ser o próprio corpo. São as roupas, geralmente de “griffe”, já que todos se vestem de uma única forma, pobre dele se não fizer o mesmo. E assim vemos aos sábados no Shopping Center o espetáculo dos adolescentes vestidos de uma mesma forma e falando um mesmo dialeto.
Outras vezes o carro, o apartamento no condomínio de luxo, a ostentação quantas vezes nem suportada pela conta bancária!
O pior é que a sociedade capitalista se aproveita da fraqueza do indivíduo para engordar seus faturamentos. Há moda para crianças, pré-adolescentes, adolescentes, e não tem fim a busca por novos consumidores.
O que isto nos diz, dentro da visão do Narcisismo?
Não é bem o bebê que se sente feliz dentro de roupas de moda. Uma criança fica feliz bem alimentada, seca na outra extremidade e preenchida em suas necessidades afetivas.
A roupa de marca não lhe diz nada, muito menos o brinquedo caro. Quantas vezes a criança brinca mais com a caixa onde veio o brinquedo que com o próprio?
Mas diz muito para a mãe! Os interesses do bebê não estão em pauta. Ela pensa ser boa mãe. No entanto o que faz é exibir o filho.
Estamos ou não criando psicóticos?
Revendo situações narcísicas, pessoas narcisistas, parece-me que o mal é, como diz Lowen, uma questão cultural de nossa época. Por ser uma questão cultural afeta a sociedade. Torna-se contagiosa.
Todos sentimos, coletivamente, esta frieza que esmaga a sociedade atual. O medo do abandono causado pelo desemprego, o medo gerado pela insegurança física, a alta competitividade, são preços a pagar pelo progresso.
Uma posição particular que defendo em relação ao narcisismo, é que ele seja um mecanismo de defesa do ego, como já coloquei anteriormente. Ou um mecanismo de prevenção que o ego usaria, já tentando antecipadamente se defender de tudo e de todos.
O que o psicanalista pode dizer diante de tal quadro? Pode apenas ajudar seu paciente a viver no mundo, e não contra este.
Se por um lado o narcisista pode passar a vida toda tentando conseguir uma imagem, jamais passa-lhe pela cabeça o quanto de dor e desapontamento ele causa aos outros.
Entranhado em sua própria angústia, que é a de não se conhecer, de não saber com certeza quem é, arrasta ao desespero quem dele se aproxima buscando afeto.
Narciso não sabe amar.
Neste aspecto jamais cresceu, é apenas a criança mal saída do útero, esperando receber e sempre achando que nunca lhe foi dado nada.
Narciso só sabe esperar que admirem sua beleza, que apreciem sua arrogância, e não tentem arranhar o fraco polimento que mal lhe cobre a superfície. Não tem o que dar, não sabe sequer que deve fazê-lo.
Alexander Lowen diz:
“Nossa época é caracterizada por uma tendência a transcender limites e o desejo de negá-los. Limites existem, e factualmente vamos encontrá-los”.
Em seu maravilhoso livro “Narcisismo, negando o verdadeiro self”, Lowen diz que “a rejeição dos limites sociais, expressos em moral ou códigos de comportamento, promove a atitude narcisista”.
Mais ainda:
“Quando uma estrutura se destrói, dentro de uma sociedade, o caos se desenvolve, criando-se uma atmosfera de irrealidade.”
A quebra da estrutura social manifesta na desintegração da família, na falta de respeito pelas autoridades, e no colapso dos princípios morais destrói ligações, remove limites, e leva à negação dos sentimentos e à perda do self.
Na cultura atual isto pode ser descrito até mesmo como estilo de vida.
Afinal somos ensinados a sermos livres para criar nosso estilo de vida e nossa própria personalidade. Contudo, se uma casa sem moradores não é um lar, um estilo de vida sem um self não é uma pessoa.
A ausência de limites atualmente é um produto das mudanças extremas ocorridas após a 2ª Guerra Mundial, muito em função de tecnologias criadas durante e após a guerra.
Contudo para os indivíduos equilibrados, as mudanças servem para que se tenha mais conforto. Já para outros a tecnologia substituiu completamente o senso de valores.
Para muitos, nem adianta perguntar o que é o senso de valores. É algo que ficou perdido no tempo.
Ouso questionar onde estará o senso comum, o respeito, o afeto, as pequenas e grandes coisas que se ensinava no lar e na escola. Esta sociedade brutal, herdeira do consumismo, filha da arrogância, engoliu-as.
Não há porque pensar nos costumes, na herança das civilizações. Tudo foi destruído. O cientista político Lasch alertou o mundo.
Mas Lasch não foi derrotista em seu alerta. O mundo nunca mais foi o mesmo após seu brado. Não acreditaram. Nem trinta anos são passados desde que seu livro foi editado, e a profecia está aí. Realizada.
Lasch avisou ao mundo sobre o risco. Foi contestado. O mundo pagou o preço do descrédito.
Nada resta a fazer agora senão reconstruir.
Como um país destruído que reclama sua reconstrução, a sociedade como um todo precisa ser refeita.
Ciência, política, sociedade, ser. Tudo está ainda por merecer conserto.
E então penso em Narciso, rindo para si mesmo, uma imagem movendo-se com o mover das águas, e sinto que hoje, de uma ou outra forma, todos somos Narcisos, refletidos de um modo deformado, numa imensidão de água suja.
OBS: não consegui achar o autor.
Seria tão mais fácil se sumisses. De alguma forma seria tão mais fácil se não desses a mínima, se me chateasse e não se importasse, se não me pedisse desculpas. Se fosses covarde e não desses as caras. Seria muito mais fácil dizer que NÃO. Que basta, que chega e que pelo menos por enquanto quero ficar longe.
Mas...
Mas nada.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
.
Um e-mail que o assunto é "." é muito auto-explicativo.
E eu, eu poderia ter dito o que disse de uma forma mais branda, mais suave, menos direta. Eu conheço teu jeito, suas justificativas - e não desacredito. Mas eu estava brava. Queres sempre o controle da situação em suas mãos, então decidi sumir para que saibas que se queres ter o controle da situação, nem a situação terás.
Calei-me por alguns dias, coloquei-te na geladeira. Decidi que não brigaria, que não falaria uma palavra sequer, não responderia às suas justificativas. Ontem mudei de ideia. Havia tomado a decisão unilateral - sem te comunicar - de que bastava, que chega, saturou. E eu não precisava te dizer diretamente. Mas creio que precisava te dizer algo, o mais sincero possível. E disse, em uma linha e meia. Demonstrei meu descontentamento sem me justificar, sem me desculpar, sem explicar. Sabes que o maior sinal de que estou brava é não querer conversar. A pessoa pode me mandar um texto, um livro. Respondo com o mínimo de palavras que me for possível. E que fizeste o que bem entendesse com aquela uma linha e meia. Pensei que não responderias, respondeu e te respondi de volta, novamente monossilábica. Talvez eu tivesse muito para dizer, mas nada que eu achasse que valesse a pena ser dito. Falar do que foi pra você não vai nos livrar de passar pelo que passaremos.
Os momentos felizes, nossas conversas, os cafés, os compartilhamentos, o convite que o silêncio exibiu em cada olhar, os atos, os fatos, as atitudes, as palavras, os gestos e tantas coisas que transcenderam não só as palavras, mas também o léxico deixaram raízes e e sei que tendo a me apegar a isso e então repensar, acabar por ficar, pela nossa amizade. Mas não, não dessa vez. Claro que vai doer, E sentirei imensa saudade - de tudo. Saudade de lembrar de ti, querer contar ou te perguntar algo, mandar uma SMS e passarmos o resto do dia conversando. Mas decidi - e então está decidido. Escuto meu coração, sim. Mas faço o que acho que deve ser feito - e isso tem de me bastar.
Quando algo não funciona de uma forma, tenta-se de outra e quando não funciona também, talvez o melhor seja deixar de tentar. É um tempo que me dou. Permanece todo o sentimento, todas as horas boas, toda a amizade. Para mim, ir embora não significa não gostar, não sentir. Pode significar apenas que acho que devo ir embora e vou. Não tem nada a ver com não gostar. Sei partir e o sentimento permanecer ali, inalterado. Por isso não considero a partida definitiva. Não vivo na espera de voltar, mas não desconsidero voltar atrás.
Agora que aqui está registrado, fico mais leve. Deixa estar.
E eu, eu poderia ter dito o que disse de uma forma mais branda, mais suave, menos direta. Eu conheço teu jeito, suas justificativas - e não desacredito. Mas eu estava brava. Queres sempre o controle da situação em suas mãos, então decidi sumir para que saibas que se queres ter o controle da situação, nem a situação terás.
Calei-me por alguns dias, coloquei-te na geladeira. Decidi que não brigaria, que não falaria uma palavra sequer, não responderia às suas justificativas. Ontem mudei de ideia. Havia tomado a decisão unilateral - sem te comunicar - de que bastava, que chega, saturou. E eu não precisava te dizer diretamente. Mas creio que precisava te dizer algo, o mais sincero possível. E disse, em uma linha e meia. Demonstrei meu descontentamento sem me justificar, sem me desculpar, sem explicar. Sabes que o maior sinal de que estou brava é não querer conversar. A pessoa pode me mandar um texto, um livro. Respondo com o mínimo de palavras que me for possível. E que fizeste o que bem entendesse com aquela uma linha e meia. Pensei que não responderias, respondeu e te respondi de volta, novamente monossilábica. Talvez eu tivesse muito para dizer, mas nada que eu achasse que valesse a pena ser dito. Falar do que foi pra você não vai nos livrar de passar pelo que passaremos.
Os momentos felizes, nossas conversas, os cafés, os compartilhamentos, o convite que o silêncio exibiu em cada olhar, os atos, os fatos, as atitudes, as palavras, os gestos e tantas coisas que transcenderam não só as palavras, mas também o léxico deixaram raízes e e sei que tendo a me apegar a isso e então repensar, acabar por ficar, pela nossa amizade. Mas não, não dessa vez. Claro que vai doer, E sentirei imensa saudade - de tudo. Saudade de lembrar de ti, querer contar ou te perguntar algo, mandar uma SMS e passarmos o resto do dia conversando. Mas decidi - e então está decidido. Escuto meu coração, sim. Mas faço o que acho que deve ser feito - e isso tem de me bastar.
Quando algo não funciona de uma forma, tenta-se de outra e quando não funciona também, talvez o melhor seja deixar de tentar. É um tempo que me dou. Permanece todo o sentimento, todas as horas boas, toda a amizade. Para mim, ir embora não significa não gostar, não sentir. Pode significar apenas que acho que devo ir embora e vou. Não tem nada a ver com não gostar. Sei partir e o sentimento permanecer ali, inalterado. Por isso não considero a partida definitiva. Não vivo na espera de voltar, mas não desconsidero voltar atrás.
Agora que aqui está registrado, fico mais leve. Deixa estar.
domingo, 16 de setembro de 2012
Das lembranças de algo que não é mais e não quer partir do pensar
Pus em quase todo lugar a foto mais bonita que eu fiz: você olhando pra mim.
Deus sabe, o que quis foi te proteger do perigo maior, que é você. E eu sei que parece o que não se diz...
E foi difícil ter que te levar àquele lugar...Como é que hoje se diz? Você não quis ficar.
O seu caso é o tempo passar, quem fala é o doutor...
Deus sabe, o que quis foi te proteger do perigo maior, que é você. E eu sei que parece o que não se diz...
E foi difícil ter que te levar àquele lugar...Como é que hoje se diz? Você não quis ficar.
O seu caso é o tempo passar, quem fala é o doutor...
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Hoje deixei escapar teu nome sem perceber. O tempo cura e espanca.
Como pensar em poesia ou se as palavras conflitam?
É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto.
Como pensar em poesia ou se as palavras conflitam?
É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto. É tão fútil dizer ser incerto.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Do fingir
Finjo fingir algo que realmente sinto. Finges até pra ti mesma que não és algo que no fundo te consideras - e que nem eu sei se realmente és.
domingo, 9 de setembro de 2012
Pai
Pai, por que não queres me ver? Não queres?
Até onde eu saiba - porque não sei se sei muito sobre ti - sou tua única filha. E não existe ex filha.
Pai, a vida passa tão rápido...a mãe já compreendeu isso, queria que compreendestes também.
Fugir não adianta. A fraqueza só nos magoa e a quem nos gosta. Ser forte e encarar as coisas que ficaram embaixo do tapete adianta, pai. Juro.
Até onde eu saiba - porque não sei se sei muito sobre ti - sou tua única filha. E não existe ex filha.
Pai, a vida passa tão rápido...a mãe já compreendeu isso, queria que compreendestes também.
Fugir não adianta. A fraqueza só nos magoa e a quem nos gosta. Ser forte e encarar as coisas que ficaram embaixo do tapete adianta, pai. Juro.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
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